Entrar em uma escola nova sempre provoca um medinho. Afinal, todos são desconhecidos. Mas, será que meninos e meninas lidam com essa situação da mesma forma?
No livro "Ela Disse, Ele Disse" (ed. Rocco; R$ 27,50), a autora Thalita Rebouças mostra dois adolescentes, Leo e Rosa, contando como enfrentam essa novidade. Em cada capítulo, um deles conta a história na sua versão, que envolve novas amizades, bullying e internet.
Confira abaixo bate-papo com Thalita sobre seu novo livro.
Você escreveu esse último livro pensando nos meninos ou nas meninas? Eles também vão gostar de ler?
O objetivo é esse, atrair os meninos. Muitos meninos já leem os meus livros quando são adotados pelas escolas, mas eles ainda me pediam um "livro menos rosinha". Eu considero isso um preconceito bobo, afinal as meninas leem livros com meninos protagonistas sem nenhum problema, como Harry Potter, Menino Maluquinho etc. Mas desta vez coloquei um menino como protagonista para ver se eles se interessam mais.
Foi um exercício interessante. A história já estava toda desenhada e, enquanto escrevia, eu pensava em quem seria melhor narrando aquele trecho. Em alguns momentos a troca de narrador ocorre após apenas um parágrafo, em outros após algumas páginas. Também cheguei a escrever alguns trechos com a menina narrando e depois vi que ficaria melhor com o menino e reescrevi tudo.
É difícil escrever sobre o universo dos meninos sendo uma mulher?
Muito difícil, meu marido e alguns amigos me ajudaram demais. Os meninos pensam muito diferente das meninas e não é nada fácil para nós, tão detalhistas, narrar um fato com tão poucas tintas como um menino costuma fazer. Mas, por outro lado, essa diferença rende alguns dos momentos mais engraçados do livro e acho que é capaz de fazer com que os meninos e as meninas se entendam um pouco mais.
Você já teve problemas de adaptação na escola?
Nenhum, era estudiosa e considerada a "gente boa", amiga de todos os grupos.
É verdade que você teve que pagar mico na feira de livros para poder começar a vender? Conte sobre o episódio.
É verdade. Na Bienal do Rio de 2001, eu estava lançando o meu primeiro livro, ainda por uma editora pequena. Fiquei uma hora sentada vendo os corredores lotados e ninguém se aproximando para falar comigo. Como eu tinha feito teatro, pagar mico em público não era um problema e achei que poderia ajudar nas vendas. Subi na cadeira e comecei a gritar, anunciando o livro e brincando com os passantes. Deu certo, comecei a vender e não parei mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário